Um Passo à Frente na UFRGS

Somos pós-graduandos da UFRGS que, juntamente com nossos colegas de diversas instituições do Brasil, acreditamos que a nossa organização é fundamental para o avanço da ciência e das condições de produção científica em nossa instituição. O desenvolvimento da pós-graduação, a ampliação dos espaços de pesquisa e a valorização do pós-graduando dependem muito de uma participação ativa nas Associações de Pós-Graduandos (APGs), nos órgãos de Representação Discente, e na entidade nacional dos pós-graduandos, a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG). Por isso, estamos lutando para reconstruir a APG da UFRGS e torná-la uma entidade em defesa dos pós-graduandos e de seus direitos, na produção do conhecimento. Assim, queremos dar mais um passo a frente para consolidar a luta pela qualidade da ciência e da tecnologia em nossa instituição, assim como estamos fazendo no país, junto com a ANPG.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Avaliação mais qualitativa e menos produtivista

A avaliação da pós-graduação conduzida pela Capes e realizada pelos pares é merecedora de reconhecimento por parte da sociedade devido à sua contribuição para a garantia de qualidade dos programas e cursos em funcionamento hoje no Brasil. Avanços têm sido implementados, no sentido de garantir maior transparência. É preciso, entretanto, observar certa queda recente na qualidade de vários cursos, fato que se deve não apenas à carência de investimentos na pós-graduação, mas também, em grande medida, a um preenchimento automático de planilhas que supostamente assegurariam a “produtividade” de orientadores e alunos.

A quantificação exacerbada de publicações para fins de pontuação vem promovendo um
ambiente demasiadamente competitivo dentro da academia, nocivo às iniciativas criadoras dos estudantes e dos pesquisadores. Trata-se, em outras palavras, do fenômeno conhecido como publish or perish (publique ou pereça).

Hoje podemos afirmar que a aferição da “produtividade” dos pesquisadores dá-se muito mais por critérios quantitativos que por indicadores de qualidade dos trabalhos. Com isso, uma avaliação mais qualitativa acaba sendo feita de forma não-institucionalizada, posto que é tacitamente delegada aos pareceristas de periódicos técnico-científicos. O pós-graduando, também para garantir tais metas quantitativas, é constantemente coagido no seu ambiente de pesquisa para que também amplie suas publicações e sua “produtividade” acadêmica.

A diversificação do sistema de avaliação e uma maior transparência devem ser perseguidas para a expansão de todo o sistema com qualidade. No processo de autorização de cursos novos e de recredenciamento dos já existentes os critérios da avaliação precisam ser explicitados de forma clara. Devemos, ainda, evitar critérios preliminares que desqualifiquem este ou aquele programa sem a devida diligência da CAPES para verificação efetiva, evitando o equívoco do “formalismo”.

Muito contribuiria para o aperfeiçoamento do processo de avaliação a participação de representantes discentes nos comitês de avaliação da área. A ANPG participa atualmente do Conselho Técnico Científico (CTC) e do Conselho Superior (CS) da Capes e mostra o quanto essa experiência é extremamente produtiva. Contudo, se faz necessário avançar nesses canais de participação, com destaque para o Conselho Deliberativo do CNPq.

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